Pular para o conteúdo principal

Malévola: um novo olhar sobre a personagem que marcou gerações

Sob a direção de Mark Stromberg, a produção da Disney traz uma nova perspectiva do conto de fadas que marcou gerações, mérito também de Angelina Jolie que em um encaixe perfeito convence na pele de uma Malévola humanizada, por vezes implacável e vingativa, mas ainda assim capaz de grandes atos de compaixão.

Divulgação/Disney  
Em sua primeira incursão como diretor, Mark Stromberg realiza um trabalho competente e mantém o equilíbrio entre o universo fantasioso proposto pelos contos de fadas e o novo discurso em que se estrutura esta atualização da vilã de A Bela Adormecida.

Imagem/Disney
O roteiro mantém coerência com o clássico para desenvolver o argumento, mas não se prende a isto e alça voos para além da história já conhecida. Portanto, a ideia da vilã ressentida que amaldiçoa a herdeira do rei está presente, mas tudo sob uma nova ótica.

Figura duvidosa, o rei  é interpretado pelo ator Sharlto Copley
Imagem/Disney 
Neste sentido, a estrutura narrativa humaniza a protagonista vivida por Angelina Jolie que assume contornos mais realistas. Como diz a música entoada por Lana Del Rey, a vilã acompanha a princesa Aurora (Ellen Faning) de uma forma inesperada. Mas não se preocupe, a tríade mocinha, vilão e herói está presente, mas sobre um novo ponto de vista, bastante diferente do original porém menos caricato e mais humano. Apesar dos chifres da Malévola.

malévola_maleficent_angelina_jolie

Assim como fez em suas animações recentes Valente (2012) e Frozen (2013), a Disney propõe um olhar atento a veracidade na construção dos vínculos afetivos, deixando em segundo plano a crendice no príncipe encantado ou no mito do amor à primeira vista. 

Outro aspecto também recorrente é a mudança de papéis, onde o homem deixa de assumir a posição de salvador da figura feminina. Angelina Jolie também assina a produção executiva do longa e isso pode (indiretamente) ter permitido uma maior liberdade artística para a atriz. 

Neste título, a protagonista não é apenas uma fada raivosa, mas uma guerreira destemida sempre em ação, com um fiel companheiro ao seu lado, o divertido corvo Diaval, na forma humana interpretado por Sam Riley.

malévola_maleficent_angelina_jolie_sam_riley
Imagem/Disney
Ao contrário do que possa parecer à primeira vista não se trata apenas de uma mulher ressentida, mas de uma pessoa traída na pior essência da palavra, situação ideal para uma empatia do público com a personagem. 

Como a verdadeira personificação de uma das antagonistas mais famosas do repertório Disney, Angelina Jolie é maquiada com direito a próteses em seu rosto e vestida com figurinos magistrais, tudo em perfeita simetria para deixá-la a imagem da famosa vilã das histórias infantis. 
                     
malévola_maleficent_angelina_jolie
Imagem/Disney
O trabalho de pós-produção também merece destaque, desde a trilha musical suave e apoteótica nos momentos de intensidade dramática, passando pelos efeitos visuais e especiais até o belo tratamento de cor dado ao filme.

Aliás, Stromberg dirige cenas impecáveis de um fantasioso mundo que se realiza diante dos olhos do espectador, como o momento em que Malévola amaldiçoa a recém-nascida princesa Aurora ou o embate final Spoiler!!! entre um vilão e uma heroína. Spoiler!!!

malévola_maleficent_angelina_jolie
Divulgação/Disney
Esmero de  um diretor novato mas já consagrado como designer de efeitos visuais e especiais. Tudo isso aliado ao carisma e trabalho de composição de Angelina Jolie faz de Malévola um bem-sucedido conto de fadas, com os pés bem firme na atualidade.

Confira o trailer

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

(Review) É Cult! Ida tem roteiro coerente mas merece destaque pela beleza fotográfica

(EuCinéfilo) Vida: cinema no cotidiano

É Cult - 'O Crítico' rende belo tributo às comédias românticas