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(Review) Interestelar: relatividade, gravidade e o amor que atravessa o tempo

Envolvido em todas as etapas do processo de criação, o diretor Christopher Nolan trás para as telas o épico Interestelar. Dono de efeitos visuais e fotografia grandiosa, o longa chama atenção por um impecável trabalho de som e pelo roteiro de forte apelo emocional costurado pelas mais surpreendentes teorias da física.

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Imagem/Warner Bros. Pictures 

Na trama, a raça humana está com os dias contados na Terra e precisará encontrar um novo lar para não ser extinta. Junto dos cientistas Brand (Anne Hataway), Doyle (Wes Bentley) e Romily (David Gyasi), o piloto Cooper (Matthew MacConaughey) seguirá em expedição rumo a outra galáxia, abrindo mão daqueles que mais ama.

Tomando como base as equações da relatividade traçadas por Einstein, o filme de 2h49m proporciona uma viagem onde espaço e tempo provocam distanciamentos e aproximações para além da imaginação.

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Imagem/Warner Bros. Pictures

Como cenário destes planetas desconhecidos, Christopher Nolan optou pela filmagem fora de estúdio, escolhendo locações reais mas de difícil acesso ou simplesmente inóspitas.

Os efeitos visuais conseguidos a partir da computação gráfica são imprescindíveis para a história e se apoiam em estudos científicos apurados. O design do espaço sideral com seus buracos negro e 'minhoca' (passagem que permite a viagem intergaláctica) seguem regras precisas. 


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 Nave Endurance rumo ao incerto -  Imagem/Warner Bros. Pictures

Mas se é impactante aos olhos; aos ouvidos é precioso, desde a sonoplastia, passando pela trilha sonora bem orquestrada até os momentos de total silêncio. Astúcia capaz de proporcionar um alto grau de imersão.

Neste sentido, o roteiro investe na aproximação entre Terra e espaço sideral a partir de teorias da física, travadas em diálogos, por vezes, complexos, mas ainda assim bem amarrados ao seu núcleo emocional. Permeado por perdas devastadoras em cenas extremamente comoventes.


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Jessica Chastain e Casey Affleck vivem os filhos crescidos de Cooper
                                                                     Imagem/Warner Bros. Pictures

Assim como a gravidade é apta a transpassar dimensões, o amor é o único sentimento que atravessa tempo e espaço. A partir de conclusões como esta, Interestelar reafirma seu perfil cientificista mas o deixa de lado quando se depara com o inexplicável. Marcante! Este é o status de um filme que entra para o rol de obras inesquecíveis do cinema. 

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